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Arquitetos: Paralelo Zero , Pedro Marchand Arquitectura
- Área: 1000 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Francisco Nogueira
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Fabricantes: Bamer, CLIMAR, Forbo Flooring Systems, LC Garden, SuperVeda
Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizado no coração da cidade de Lisboa, na emblemática estação de caminhos de ferro do Rossio, este projeto foi concebido para a Uniplaces, uma empresa jovem, internacional e dinâmica que se afirma no mercado global de arrendamento de casas para estudantes.
Foram estabelecidas duas linhas de ação: Uma referente à estratégia de ocupação do espaço, de maneira a maximizar a performance de trabalho, e outra relativa ao carácter do espaço, na sua capacidade de representar os valores e cultura da empresa e na sua integração com o meio arquitetônico envolvente.
No que respeita à funcionalidade das áreas de escritórios, partiu-se do princípio que o trabalho em open-space seria o mais adequado para a Uniplaces. A comunicação entre os diferentes departamentos que a constituem é reforçada através da criação de um espaço de trabalho com o mínimo de divisórias possíveis. O equilíbrio da relação individuo/coletivo é conseguido através da criação no open-space de espaços de recolhimento. Assim, espaços de pequena escala são distribuídos estrategicamente, seja através de elementos fixos, como a biblioteca e as salas de reuniões semi-abertas, seja através de mobiliário móvel, como é o caso das pequenas estruturas destinadas à realização de skype-calls.
Uma das grandes problemáticas associadas à natureza deste tipo de empresas (start-up) é o crescimento exponencial e repentino do seu número de trabalhadores. Para o efeito, a estruturação evolutiva do espaço e a capacidade de algumas áreas funcionais se adaptarem a diferentes programas (recreativo versus zona de trabalho) foi um fator fundamental na concepção do projeto.
Considerou-se ainda que este seria um escritório para trabalhadores itinerantes. O espaço de trabalho não está confinado à secretária e passa a englobar todo o conjunto de áreas complementares destinadas à descontração e ao lazer. O objetivo foi estimular a comunicação e interação entre os trabalhadores e também tornar o dia de trabalho menos exaustivo, pela mudança de ambiente e pelo dinamismo criado.
Relativamente ao carácter do espaço propôs-se transmitir a identidade da Uniplaces através da criação de um ambiente ousado, jovem e acima de tudo acolhedor. Consequentemente criaram-se espaços estáticos como a sala de estar, o jardim de inverno, o canto de leitura (biblioteca) e em complemento, sistemas dinâmicos, inovadores e desafiantes na experiência de utilização, como é o caso da extensão horizontal da mezanine em estrutura de rede suspensa.
Adicionalmente procurou-se interligar arquitetonicamente o espaço de escritórios com o contexto envolvente. O edifício da estação de comboios do rossio, onde os escritórios se inserem é um dos grandes exemplos da traça neo-manuelina. Neste estilo a evocação às grandes viagens dos descobrimentos é recorrente. Elementos como cordas de navios e esferas armilares compõem as fachadas. Fazendo um paralelismo, utiliza-se a rede de corda como material de composição arquitetônica em diversas áreas no escritório. A rede, devido ao seu caráter efémero transmite o ambiente jovem e dinâmico desejado.
Por último, na perspectiva de reforçar o romantismo associado a este edifício, propôs-se a criação de um jardim de inverno no coração dos escritórios. Este recanto luminoso, contextualiza os imponentes arcos em cantaria de pedra e torna-se a principal ponte visual com praça urbana exterior que lhe é adjacente.